sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Chove...

Quentes noites dessas de sempre em claro
Só que hoje esta tem alguma coisa
Cheiro de noite em conserva, um som de sussurro beeem longe, que entra pela janela...e minhas constelaçoes sorrindo para a sua garota que está acordada.

Como que pra um estranho ouvir
Brinco com meu velho violão
Ele tem uma voz que diz o que jamais vou falar

Quem mora no meu bairro já meu viu chorando
A quem me conhece, eu ja fiz sorrir
Mas quem me conhece? Nao conhece...

Quando chove, a luz dos postes reflete nos pingos do asfalto.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

As ruas passam apressadas
e a cada por do sol o ceu fica mais vermelho
Pessoas andam correndo
quase nem param para olhar pros outros lados
Nasci mulher
cresci pra mudar o mundo
Mas o mundo não muda

Nunca quis dormir uma noite inteira
Nunca quis rimar amor com dor
mas amor, para quem sente... dói
Suicidas tem uma paixão imensa
Essa de quem se mata por amar a vida que nunca viveu

Quando, enfim, vai anoitecendo
e o céu vermelho gargalha sobre o mundo
hora de um som pesado e alguma coisa para beber

O asfalto anda quente
Os dias andam parecidos
E ninguem aqui sabe que horas são

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Amigos imáginarios!

Anna Clara, sozinha em casa, trancou-se no quarto e vestiu sua melhor roupa. Apenas para sentir-se bem com seu espelho de bordas vermelhas, que, achou por bem, combinar com a cor de seus lábios. Humanidade ultra-sensível, cria mais dor do que deveria existir e, por conhecer tanta dor, aprende a encontrar prazer em coisas banais. Sabe a sensação de solidão que dá quando acabam as pilhas do som no meio de um disco do legião urbana? Anna Clara pegou-se, então, calculando qual o provável limite para amigos imaginários e quantos ela ainda criaria. Livros, sons, tintas, álcool ou movimento. É difícil esperar muito das pessoas que vem de fora. Nunca, nunca são como parecem ser. Quase todos os sorrisos tem dentes postiços e maquiagem colorida. Nada melhor, agora, do que tocar um bom e velho blues.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Música Urbana.

Confusão de tijolo e troncos,
gritos de carros apressados
Sol dizendo que é hora de almoçar

A cidade chama meu nome
e quer que eu saia pra guerra

Na hora em que bate o sinal
preciso correr antes que fechem a porta

Dias iguais, luzes artificiais
Já não há bancos nas praças

Pedras no asfalto quente.

Hoje está bastante quente. Não falo como se fizesse diferença, mas, ajuda a ser um desses dias em que o mundo fica menos interessante. Que a vida estagna e não há muito o que fazer. Gostaria de sair, ir para bem longe e poder, realmente, ficar sem fazer nada. Mas é vida real: temos trabalho, estudo, gente. Gostaria de alguem sentado do meu lado, me contando histórias. É uma boa hora para histórias? Falar sobre princesas com sapos, sabiás e assovios - bambuluá e sua donzela sem corpo. Coisas que há alguns anos me divertiam. Hoje são pedras que rolam, tinta virtual, correr sem lenço, sem documento ou qualquer coisa que lembre liberdade - num dia em que há pouco para se fazer. A rua, lá fora, está cheia mosquitos e motoqueiros!