sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Amigos imáginarios!

Anna Clara, sozinha em casa, trancou-se no quarto e vestiu sua melhor roupa. Apenas para sentir-se bem com seu espelho de bordas vermelhas, que, achou por bem, combinar com a cor de seus lábios. Humanidade ultra-sensível, cria mais dor do que deveria existir e, por conhecer tanta dor, aprende a encontrar prazer em coisas banais. Sabe a sensação de solidão que dá quando acabam as pilhas do som no meio de um disco do legião urbana? Anna Clara pegou-se, então, calculando qual o provável limite para amigos imaginários e quantos ela ainda criaria. Livros, sons, tintas, álcool ou movimento. É difícil esperar muito das pessoas que vem de fora. Nunca, nunca são como parecem ser. Quase todos os sorrisos tem dentes postiços e maquiagem colorida. Nada melhor, agora, do que tocar um bom e velho blues.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Música Urbana.

Confusão de tijolo e troncos,
gritos de carros apressados
Sol dizendo que é hora de almoçar

A cidade chama meu nome
e quer que eu saia pra guerra

Na hora em que bate o sinal
preciso correr antes que fechem a porta

Dias iguais, luzes artificiais
Já não há bancos nas praças

Pedras no asfalto quente.

Hoje está bastante quente. Não falo como se fizesse diferença, mas, ajuda a ser um desses dias em que o mundo fica menos interessante. Que a vida estagna e não há muito o que fazer. Gostaria de sair, ir para bem longe e poder, realmente, ficar sem fazer nada. Mas é vida real: temos trabalho, estudo, gente. Gostaria de alguem sentado do meu lado, me contando histórias. É uma boa hora para histórias? Falar sobre princesas com sapos, sabiás e assovios - bambuluá e sua donzela sem corpo. Coisas que há alguns anos me divertiam. Hoje são pedras que rolam, tinta virtual, correr sem lenço, sem documento ou qualquer coisa que lembre liberdade - num dia em que há pouco para se fazer. A rua, lá fora, está cheia mosquitos e motoqueiros!